domingo, 2 de junho de 2013

O Adeus de Miguel Torga

O Adeus
"É um adeus...
Não vale a pena sofismar a hora!
É tarde nos meus olhos e nos teus...
Agora,
O remédio é partir discretamente,
Sem palavras,
Sem lágrimas,
Sem gestos.
De que servem lamentos e protestos
Contra o destino?
Cego assassino
A que nenhum poder
Limita a crueldade,
Só o pode vencer a humanidade
Da nossa lucidez desencantada.
Antes da iniquidade
Consumada,
Um poema de líquido pudor,
Um sorriso de amor,
E mais nada."

Interpretação:
Neste poema à semelhança dos anteriores o poeta retrata o fim de um relacionamento, tendo neste caso um carácter determinista “de que serve lamentos e protestos conta o destino”.

“Não vale a pena sofismar a hora!” não vale a pena pensar na hora uma vez que partimos de premissas verdadeiras inabaláveis.

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